TIREOIDE
Com forma bem parecida com a de uma borboleta, a glândula tireoide é localizada na parte anterior do pescoço. Reguladora da função de importantes órgãos como o coração, o cérebro, o fígado e os rins, ela produz os hormônios T3 e T4. A tireoide atua no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, atua também no peso, na memória, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, na concentração, no humor e no controle emocional. Quando a tireoide não funciona de maneira correta, pode liberar hormônios em quantidade insuficiente, causando o hipotireoidismo. Nesta condição, o coração bate mais devagar, o intestino não funciona corretamente e o crescimento pode ficar comprometido. Diminuição da memória, cansaço excessivo, ganho de peso, dores musculares e articulares, sonolência, aumento dos níveis de colesterol no sangue e depressão também são sintomas de hipotireoidismo. No caso de hipertireoidismo, que geralmente causa emagrecimento, o coração dispara, o intestino solta, a pessoa fica agitada, fala demais, gesticula muito, dorme pouco, embora também esteja cansada, perde peso e tem muita sudorese. Disfunções na tireoide podem acontecer em qualquer etapa da vida e são de simples de se diagnosticar, com exames de sangue. Em algumas situações o ultrassom da tireoide pode ser indicado. Estas disfunções podem ocorrer com ou sem o aumento do volume da tireóide, conhecido como bócio.
O Hipotireoidismo Congênito é uma emergência pediátrica causada pela incapacidade da glândula tireoide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoideanos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. As crianças não submetidas a Programas de Triagem Neonatal e, consequentemente, não tratadas precocemente, terão o crescimento e desenvolvimento mental seriamente comprometidos. As manifestações clínicas podem ser: hipotonia muscular, dificuldades respiratórias, cianose, icterícia prolongada, constipação, bradicardia, anemia, sonolência excessiva, livedo reticularis, choro rouco, hérnia umbilical, alargamento de fontanelas, mixedema, sopro cardíaco, dificuldade na alimentação com deficiente crescimento pôndero-estatural, atraso na dentição, retardo na maturação óssea, pele seca e sem elasticidade, atraso de desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. Porém a maioria destas crianças são assintomáticas até cerca de 1 mês de vida. Por isso temos que confiar no exame laboratorial, e nunca esperar sintomas para tratar. O momento ideal para o diagnóstico do Hipotireoidismo Congênito é, sem dúvida, o período neonatal, pois é sabido que a partir da segunda ou terceira semana de vida a deficiência de hormônios tireoidianos poderá causar alguma lesão neurológica levando a retardo do desenvolvimento. Após o resultado positivo inicial no Programa de Triagem Neonatal, deve ser realizada a dosagem do T4 (total e livre) e do TSH em amostra de sangue venoso, para que haja a efetiva confirmação diagnóstica. Seguindo essa estratégia, a média de detecção dos casos suspeitos estará ao redor de 90%. Os 10% restantes não são detectáveis por TSH até a idade de 2 a 6 semanas. Cabe ressaltar que, estes últimos, serão menos gravemente afetados. O tratamento deverá ser monitorado laboratorialmente com dosagens cada 3 meses, ou a depender de criterio médico. O prognóstico depende, fundamentalmente, do tempo decorrido para o início do tratamento, da severidade do hipotireoidismo e da manutenção dos níveis hormonais dentro da normalidade. No Brasil, a incidência relatada é de aproximadamente 01 caso positivo para cada 2.500 nascidos vivos.